Era uma caixinha mágica. Com uma volta na corda, a bailarina ganhava vida e silenciava os golpes do padastro em sua mãe. Com duas, a melodia encobria o ranger da maçaneta do seu quarto e o odor de álcool velho deitando-se em sua cama. Mas se ela desse toda a corda na caixinha, a bailarina girava tanto, mas tanto, que trazia seu pai de volta. E, juntos, fugiam para um lugar onde a felicidade fosse regra, não exceção.
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